Caminhar é uma das coisas de que mais gosto. E eu tinha o hábito de caminhar muito rápido. Agora, com o passar dos anos, tenho moderado os meus passos. Eu fui criada na roça e quem viveu esta experiência sabe que na roça sempre precisamos caminhar. Primeiramente para sair de lá – ir à estação do trem ou à estrada para pegar o ônibus – caminhar até à casa de um vizinho... eu gostava de caminhar pelos pastos subindo os morros na fazenda onde fui criada.
O trajeto mais difícil ou o mais longo que eu já fiz caminhando foi no monte Sinai, no Egito. A primeira vez que eu subi – não me lembro se fiquei com medo de não conseguir acompanhar o grupo e ficar para trás – subi direto sem fazer nenhuma parada para descansar, os 2.288 m do monte. Me lembro que quando cheguei à parte dos degraus de pedra, continuei por pura determinação – um passo depois do outro. Acho que esta é uma característica da família: fazemos o que precisa ser feito sem pensar muito em nós mesmos.
Na segunda vez que eu subi o Sinai, fiz diferente, aprendi a lição: parei no meio do caminho, comi o lanche, subi até o topo sem grande esforço, e cheguei lá a tempo para o momento de oração.
Algumas vezes eu e a Vera temos caminhado num parque perto daqui. Conseguimos caminhar durante 30 ou 40 minutos na sombra, numa floresta de carvalhos, pinheiros, plátanos e outras árvores menores. Eu acho uma experiência gratificante ... Enquanto caminhamos vou acalmando a ansiedade com o exercício físico, sentindo o prazer do vento no rosto, ouvindo o ruído do vento nas folhas das árvores.
Eu gosto de ouvir o canto dos pássaros, a Vera presta mais atenção ao piado dos filhotes... entre uma árvore e outra sempre tem um esquilo correndo. Comentamos que provavelmente foram eles que plantaram este bosque com o hábito de enterrarem as sementes no verão para comerem no inverno, e depois esquecerem onde enterraram.
E eu sempre interrompo a caminhada para contemplar a beleza das flores do campo ou tirar fotos...