Acho uma máquina de costura um objeto mágico, pois com
ela podemos fazer o que nossa imaginação criar em trabalhos manuais e roupas.
Com ela podemos fazer tantas coisas... e isto nos dá liberdade – se quero uma
roupa deste ou daquele modelo não dependo de encontra-la para comprar, eu a
faço.
Para minhas irmãs Ester e Zélia uma máquina de costura
foi o instrumento de trabalho que ajudou a sustentar a família. Eu nunca fui uma costureira
profissional, mas sempre fiz todas as roupas para minha família. Meu filho fala
que quando ele era adolescente os amigos elogiavam e perguntavam onde ele
comprava as roupas – eram modelos exclusivos da mãe.
Essa história de amor com
uma máquina de costura vai se repetindo por gerações na família. Lembro-me da
minha mãe costurando todas as roupas de nossa numerosa família. Hoje vejo a alegria da Nina que está descobrindo o que
ela pode criar com uma máquina de costura... E a Verinha que sempre fica
desejando uma máquina e desejando aprender a fazer coisas com ela. Um dia ela
vai chegar lá...
Quando a Elza me pediu para fazer uma capa para sua
máquina de costura eu gostei muito da ideia. Então eu só podia bordar uma
máquina de costura antiga parecida com aquela onde eu, criança ainda, costurei
os primeiros pontos e fiz roupas de boneca na velha máquina de mão da minha mãe.
Para completar transcrevo um texto da Zélia sobre a
máquina de costura e sua vida da costureira.
MÁQUINA DE COSTURA
“Linhas e linhas nas linhas da alma. O artesanato das
mãos atingia as origens de nossas causas. O que bordávamos no pano bordávamos
mesmo era dentro de nós. Em cada desenho entrelaçado de linhas, o
entrelaçamento das tramas que são próprias da vida real. Os ciúmes, os
desejos secretos, os medos sem causa, os justificáveis. Em cada linha e cor, um respiro de esperança, um pedacinho
de dor. Sou mulher de bordados extensos. Nunca temi a demora das tramas.
Enquanto isso eu envelheço. À minha querida sobrinha Neuza, muito obrigada
pelo presente: a réplica de uma máquina de costura, uma caixinha de música.
Esse presente me fez lembrar o quanto uma máquina de costura foi minha
companheira por toda minha vida.”
Ficou linda a capa!!! Adorei a ideia da máquina de costura antiga! Lá em casa tem uma velhinha, velhinha, que era da Dindinha! Nossa, quanto tempo ela deve ter! Nunca procurei saber a história dela, mas aprendi a costurar nela, balançando o pedal com dificuldade, pois não sabia o jeito de pedalar para os pontos saírem no tecido...Relíquia de muitas gerações, outro dia estava olhando ela e pensei: precisa de uma reforma na madeira para a máquina ficar bem protegida!!! Hoje a minha máquina é de motor, ganhei de ninguém menos que minha tia Neguinha! Foi o melhor presente que ganhei em toda minha vida! Parecia uma criança quando cheguei em casa com ela!!! Obrigada a todas as minhas tias que me ensinam muito. Cada dia aprendo algo novo com elas e não é só bordado no tecido, mas também o bordado da vida! Amo todas vocês! Bjs, Nina.
ResponderExcluirLindo trabalho com as palavras, com as mãos, com os tecidos ...
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