Boas lembranças sempre abrem uma janela clara em nossa alma, especialmente as boas lembranças da nossa infância. Boas lembranças que tenho da minha infância é correr com meus irmãos brincando de cavalo de pau, jogar peteca, pular corda, brincar de roda, ficar a noite na janela do quarto com as minhas irmãs olhando para o céu estrelado e identificando as constelações, comer broa quente assada na brasa, banana assada na chapa do fogão, queijo curado ou linguiça espetada no garfo e assada no fogo do fogão a lenha, nas noites frias nos sentarmos todos ao redor do fogão e ouvir o papai contar estórias de “Pedro Malazartes”. Outra boa lembrança é sentar perto de uma janela lendo um livro ou bordando, ouvindo o canto dos pássaros e o barulho da cachoeira. Esta experiência tem o poder de ampliar o meu mundo interior. O monge beneditino Anselm Grün no livro “Reencontrar a própria alegria” fala sobre o poder curador das boas lembranças da infância. Quando lembro uma coisa alegre ela se torna presente e influencia a minha realidade. .
Você tem cultivado suas boas lembranças?
Uma vez a Norozeti me deu um cartão que dizia: “A lembrança é uma forma de encontro”. É verdade, eu que tenho quase toda família morando longe, sei que há muitas formas da gente se fazer presente, até mesmo quando sentimos saudade. Estou falando de boas lembranças para falar da bolsa que eu fiz para a Adriana. Um dia ela trouxe para mim muitos pedaços de ponto russo que era da sua mãe. Eu recebi com carinho e fiquei pensando no que poderia fazer com eles, pois eu gosto de achar uma utilidade pra tudo. Me veio a idéia de fazer uma ecobag. Só depois que ficou pronta foi que eu pensei em dar para a Adriana, como uma forma de boa lembrança da sua vida e especialmente da sua mãe.
As vezes eu pego emprestado as boas lembranças de outras pessoas... A Lucinha chegou de viagem e me disse entusiasmada que tinha visto em algum lugar um modelo de bolsa que ela gostou muito. Estas aqui eu fiz através dos olhos, do bom gosto e da admiração da Lucinha. Eu fiz as bolsas interpretando o que ela me descrevia.
Oi Eunice,
ResponderExcluirSó agora estou vendo esse blog, e só agora estou vendo este post. Adorei! Adorei as lembranças.
E reforço que AMEI minha bolsa. Ela me traz boas lembranças da minha mãe, boas lembranças sua e é a minha cara. O bonito é que ficou essa rica e linda mistura.
E assim é a nossa vida, e assim somos nós, uma mistura de um pouquinho de cada um que vamos absorvendo, que vai nos modificando e nos amaciando, para sermos melhores e mais bonitos.
Obrigada por fazer parte do meu processo de transformação e enriquecer minha vida!
Abraços, Adriana